PLAGIOCEFALIA


Plagiocefalia


Até 1990 a incidência da morte súbita no lactente era elevada.

Por essa altura o Dr. Peter Fleming, Pediatra de Bristol foi mentor de uma campanha, iniciada em Inglaterra, designada por “Back to Sleep”. Esta campanha favoreceu a mudança relativa às recomendações dadas aos pais quanto à posição em que deveriam colocar os seus bebés para dormir. A habitual posição de “barriga para baixo” (decúbito ventral) foi substituída por “barriga para cima” (decúbito dorsal).
Em 1992, a Academia Americana de Pediatria, em associação com outras sociedades americanas, também aderiu àquela recomendação.

Este posicionamento tem extrema importância para a prevenção do Síndrome da Morte Súbita do Lactente (SMSL), mas pode favorecer o surgimento da “plagiocefalia posicional ou postural”.

Plagiocefalia (do grego plagio: obliquo e kephale: cabeça) é a assimetria do perímetro craniano, habitualmente com planificação occipital simétrica ou assimétrica. A cabeça pode adotar a configuração de paralelogramo ou trapezoidal.

A cabeça de um bebé precisa de ser moldável para atravessar o canal de parto. As Fontanelas (“moleirinhas”) encerram, habitualmente, entre os 18 meses e os 2 anos. Até lá há um extenso conjunto de eventos e/ou posicionamentos que podem causar deformação do crânio.
Assim até aos 18 meses é importantíssimo que sejam realizadas medidas preventivas da plagiocefalia e a sua resolução, no caso de ser diagnosticada.

Quando não tratada a plagiocefalia pode resultar numa assimetria crânio-facial permanente, que pode afetar a articulação temporomandibular e o alinhamento do globo ocular, podendo interferir no futuro da dinâmica funcional destas estruturas.  


Prevenção da Plagiocefalia

As mudanças posturais são fundamentais para a prevenção. A criança deve dormir de “barriga para cima, mas brincar de “barriga para baixo”.

O bebé, desde cedo, deve estar pelo menos 1 hora por dia de barriga para baixo. Este tempo deve ser dividido entre a manhã e tarde, e deve ter a adesão do bebé, ou seja, o bebé deve estar bem disposto e parecer confortável.
Nesta posição além da prevenção da “plagiocefalia”, é estimulado o desenvolvimento neuromuscular do lactente, e pode ser promovido o desenvolvimento do vinculo através de pequenos estímulos realizados pelos pais enquanto o bebé está nesta posição.

Durante o sono, o ideal é que o bebé alterne o lado de posição da cabeça, ora para a direita ora para a esquerda, evitando assim forças de pressão sempre sobre o mesmo lado, mantendo “a barriga para cima”.
No dia-a-dia do bebé deve-se evitar que a cabeça se apoie no lado da deformidade (se ela existir), adotando uma postura sobre o lado não afetado.

Perante o diagnóstico efetivo de plagiocefalia é sensato a referenciação para a especialidade de fisiatria pediátrica, dependendo da severidade e do momento em que se manifesta. Os pais devem colaborar no tratamento, mantendo os cuidados e exercícios em casa, para a obtenção de resultados positivos.

Em caso de plagiocefalia há outras formas de tratamento ( ou sistemas de apoio) que podem ser consideradas:

Almofada
Comercialmente, há uma almofada para ajuda na correção da “plagiocefalia” postural. Habitualmente tem indicação na planificação occipital central.

Capacete
Está indicado apenas para casos graves, com deformidades superiores a 20 mm. Pode ser utilizado entre os 3 e 18 meses.

Cirurgia
A sua indicação na “plagiocefalia postural” é praticamente nula. Limita-se aos casos extremos onde todas as outras medidas falharam.


Perante o crescente número de casos de “plagiocefalia postural” é importante elucidar os pais acerca dos cuidados posturais com o seu bebé. Apesar de o encerramento das fontanelas ser por volta dos 18 meses a eficácia do tratamento é superior quando iniciado entre os quatro e os oito meses de idade.
A educação para a prevenção, na saúde, é essencial. Porque prevenir também é Cuidar no Nascer.

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